Entrevista com Arbitro Tarik Silva Costa. Vamos saber um pouco mais sobre esta profissão tão importante e tão contestada por Atletas, comissão técnica e principalmente pelos torcedores.
Sou Tarik Silva Costa, 25 anos, professor de Educação Física. Graças a
minha formação em Educação Física sempre quis trabalhar com arbitragem, foi
quando no final de 2020 tive a oportunidade de realizar o curso de arbitragem da
FBERJ, já em 2021 comecei a atuar como estagiário no campeonato estadual
de base do Rio de Janeiro. Desde lá, graças a muita dedicação minha com a
ajuda de grandes companheiros e amigos da arbitragem tive a oportunidade de
trabalhar em diversos campeonatos a nível estadual, nacional e internacional.
Sendo esses de diversas categorias de base diferentes e da categoria adulto
também.
PRINCIPAIS ADAPTAÇÕES AO CATEGORIAS DIFERENTES
Uma das palavras-chave que um árbitro de basquete deve ter em sua
atuação é a “prevenção”. Uma arbitragem preventiva faz com que o árbitro
resolva possíveis situações problemáticas no jogo antes mesmo delas
acontecerem. A comunicação efetiva é a essência da arbitragem preventiva,
uma boa comunicação entre árbitros, jogadores e técnicos faz com que muitas
situações sejam resolvidas sem um “soprar de apito”.
É imprescindível para o árbitro compreender que quanto mais nova for a
categoria dos jogos (minibasquete, sub-13, sub-14) maior será a necessidade de
trabalhar a sua comunicação, antes de aplicar alguma penalidade contra um
jogador. Enquanto no adulto e nas categorias maiores os atletas, normalmente,
já são mais acostumados com a cultura do basquete e já tem noção do que é
cabível dentro de uma quadra de basquete, muitas das vezes os jovens atletas
ainda estão tendo seu primeiro contato com a modalidade.
Graças a isso, muitas vezes nessas categorias podemos chamar o atleta,
conversar e até explicar a ele o que ele fez de errado em alguma situação
ajudando-o a corrigir aquele comportamento, antes de utilizar algum artificio da
regra para sancionar algo ao atleta, claro que compreendendo os limites de
civilidade e educação.
Por exemplo: diversos momentos que identifico um atleta repetindo uma
violação repetidas vezes, eu apito tais violações (como andadas) e peço para
que o jogo espere para ser reiniciado, para que eu possa explicar para o jovem
atleta o motivo do movimento que ele está realizando ser uma violação das
regras.
Esses momentos de pausa e explicação são importantes para que o
cognitivo do jovem atleta passe a compreender melhor o funcionamento do
esporte. Inclusive para quando um atleta questiona uma marcação da
arbitragem, é importante que ele compreenda a forma cordial que deve
conversar e lidar com os árbitros. Muitos técnicos compreendem e auxiliam
nesse processo de ensino.
Com isso, destaco a importância de pais, árbitros e técnicos na educação
de jovens atletas para que no futuro tenhamos atletas formados, que
compreendam as regras e o ambiente do basquetebol. Que esse trabalho de
formação em conjunto seja feito o mais cedo possível para que quando
chegarem a serem atletas adultos, aproveitem ao máximo a essência do
basquete com um jogo limpo em todos os seus aspectos.
Comentários